Acertando o passo

“Num doce balanço a caminho do mar”. Não, nem todos se deslocam com graciosidade poética. Mas concordamos em discordar: andamos diferente quando acompanhados, segundo novo estudo.

Leia mais:

Prático e difícil – Aprenda a fazer o exercício perfeito
Pouco exercício já é o bastante – Nenhuma desculpa cola mais

Cada um tem um jeito natural de se mover.

Ele é criado para nos deslocarmos usando menos energia possível.

Mas as pessoas raramente andam em seu ritmo mais eficiente.

Muita gente nas calçadas afeta a velocidade da caminhada, é claro.

Entretanto, a forma como nos movemos não depende apenas da biomecânica.

E andar mais lento ou rápido que o ideal fisiológico é uma escolha inconsciente.

É o que afirma um estudo da Universidade Seattle Pacific (Estados Unidos).

Nele, foram analisadas sociedades bem diferentes entre si.

Um local foi a cidade americana de Seattle.

Ou outro foi Mukono, cidade no centro de Uganda.

Nestes locais, foram observadas mais de 1.700 pessoas enquanto andavam.

Foram analisados se carregavam compras.

E se estavam sós ou acompanhadas, e por quem.

Em seguida, os dados foram comparados.

Como resultado, descobrimos que os homens tendem a diminuir o passo quando andam com mulheres.

Mas apressam a velocidade ao andar com outros homens.

Estas são generalizações, mas há diferenças culturais marcantes.

As pessoas em Uganda andam muito mais rápido do que as de Seattle quando estão sozinhas.

Com um ritmo médio 11% mais rápido.

Mas são mais lentos em grupos.

Tanto homens quanto mulheres em Mukono passeavam em um ritmo mais calmo quando estavam com os outros.

Especialmente quando acompanhados por crianças.

Nestes casos, o ritmo era 16% mais lento do que quando estavam sozinhos.

Na sociedade mais desenvolvida, acontece o oposto.

Em Seattle, as pessoas aceleraram quando andaram com outras pessoas.

E tanto homens como mulheres aumentavam o ritmo se estivessem com os filhos.

Com as crianças, a velocidade média de caminhada foi 20% mais rápida.

Para entender a disparidade, é preciso avaliar como cada cultura valoriza o tempo.

Em Uganda, as pessoas usam seu tempo quando estão andando em grupos para socializar.

Enquanto na metrópole estamos cumprindo missões cronometradas.

O estudo foi publicado na revista científica PeerJ – Life and Environment.

Tags: , , , ,