A realidade da comida virtual

Para construir foguetes e pontes, engenheiros contam com simuladores. Agora, chefs vão criar com recurso ainda mais moderno: inteligência artificial gera imagens de pratos só com a lista de ingredientes.

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Imagine tirar uma foto de um pensamento e, diante do resultado, mudar de ideia.

Esta materialização acaba de sair do campo da ficção científica.

Tudo graças a cientistas de computação da Universidade de Tel Aviv (Israel).

Eles criaram novos algoritmos de inteligência artificial que conseguem gerar imagens de pratos prontos sem qualquer descrição visual.

Inclusive usando apenas texto de lista de ingredientes e o método de preparo.

Sem saber sequer o nome da receita, já que podem ser descritivas por si próprias.

O método foi chamado de regulagem semântica.

O resultado é um teste importante para o poder da inteligência artificial.

Assim sugere o artigo recentemente publicado no site Arxiv.org, mantido pela Universidade Cornell (Estados Unidos).

Ele mostra uma capacidade de abstração que supostamente os computadores não possuem.

Ou que não pensávamos possuir.

O programa primeiro analisa uma receita, desde ingredientes até toques finais.

E converte o texto em vetores numéricos.

Os cientistas chamam esse processo de “incorporação de texto”.

Ele foi projetado para entender o que está na página por meio de mapeamento de significados.

Os vetores numéricos são então comparados a descrições de mais de 50 mil fotos de alimentos.

Depois desse processo de aprendizado, a inteligência artificial gera fotos sintéticas.

O resultado impressiona, e convence.

Aparentemente, fica melhor em sopas e arrozes do que assados ​​ou hambúrgueres, que têm formas mais articuladas.

Mas os cientistas explicam que isso ocorre apenas porque, para o teste, foram usadas fotos de baixa resolução.

A expectativa é que esta tecnologia de inteligência artificial vai mudar a forma como imagens são criadas e processadas.

Simplesmente qualquer texto poderá gerar imagens sintéticas – para o bem ou para o mal.

Prepare-se para os vídeos pornográficos falsos, derivados de descrições de partes do corpo de famosos.

Ou para pratos belos e deliciosos, sim.

Testados à exaustão no mundo virtual para nos levar ao prazer gustativo pleno e real.

Imagens reais, com e sem regulagem semântica: em testes, humanos preferiram as do meio

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